Cristiano Jerônimo Valeriano




Cristiano Jerônimo Valeriano nasceu em Custódia, Pernambuco em 1974. Poeta e jornalista. Escreve poemas desde os 12 anos de idade e trabalha com assessoria de comunicação empresarial e política tendo passado pela redação dos jornais Folha de PernambucoDiario de Pernambuco e Jornal do Commercio. Milita na área cultural desde a adolescência e já em 1989 obteve seu primeiro prêmio: o 1º lugar no Concurso de Redação da Escola Técnica Federal (ETFPE) e no ano seguinte o 1º lugar no Concurso de Poesia da mesma instituição. Foi na Escola Técnica, como tesoureiro e membro do Conselho Cultural do Grêmio Estudantil, que começou a fazer produção de shows, festivais de música, exposições de artes e literatura, e em 1992 recebeu menção honrosa no II Salão de Artes Plásticas das Escolas Técnicas Federais do Brasil. De 1994 a 1995, já na universidade, foi diretor de Cultura do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Católica de Pernambuco e nesse período colaborou com a produção de calouradas e o regate do Festival de Cultura. Tem poemas publicados em jornais de grande circulação e em fanzines, como o jornal Poemário Carcará. Em 2008 organizou o Seminário Escritores Pernambucanos: Desafios e realidades – Caminhos para edição e visibilidade da literatura pernambucana. Atualmente é diretor de Imprensa da União Brasileira dos Escritores – Secção Pernambuco (UBE/PE), coordena o movimento pela edição, divulgação/distribuição e consumo de livros pernambucanos (Litera PE) e organiza a edição da coletânea Cem Poetas Sem Livros, que será lançada em 2009.

Livros:
Livro de poesias Eu’s no Azul do Infinito - Editora Universitária, 1993 (lançado na Livro 7);
Peça O Azul do Infinito - Sesc Santo Amaro, Recife, 1994 (Projeto Poetas em Casa);
Livro Ribeira de Mar dos Arrecifes - Editora Comunigraf, 1999 (lançado no Bar Royal, Recife Antigo);
Livro Confissões de Esperança - Editora Comunigraf, 2000 (lançado no Bar Royal, Recife Antigo);
II Congresso Brasileiro de Escritores, com relançamento do livro Ribeira de Mar dos Arrecifes (2000), no Mar Hotel, Boa Viagem, 2001;
Livro Redenção de Poeta - editoras CCS e Coqueiro, 2008 (lançado na Livraria Cultura).


Fonte: Interpoética








Cálida de Jasmim.
Cristiano Jerônimo




No meio da gangorra louca
Dou dez beijos em tua boca
Rasgo os espinhos da caatinga
Beijo a flor do teu sorriso
No mundo das cacimbas
Há uma água que me mexe
E para tudo vivo que se mata
A razão se mostra ingrata
O sentimento voa mais profundo
Só o amor sacode o mundo
Peleja é a do céu com o inferno
Faz o sonho utópico e eterno.
Vibram flores coloridas rosas
E minha flor cálida de jasmim.








Rodas Gigantes
Cristiano Jerônimo




A boneca de outro dia
Era o colo que tu tinhas.
É a meiguice que tu tens.
Os bichinhos de pelúcia
Amadureceram de vez
E agora todas as noites
Regamos as sementes
Para o sol
Fazer brotar
O entusiasmo
De brincar
Com bonecas de pano,
Carrinhos de lata.
Em rodas gigantes
Se vive o instante.
Pois a boneca Maria
Era a mãe do outro dia;
A menina que crescia
E desfazia a imensidão
Ficando pronta
Pra enfrentar
O mundo
Dos dois lados...








Por vir
Cristiano Jerônimo




O poeta não é sábio
Não é mal nem é do bem.
Quando vai alguma coisa
Vai também um novo além.
Entre as tuas janelas,
O poeta está à mesa.
Deslumbrando teus sonhos,
Tuas cores e aquarelas.
Ele não é mole nem é duro.
Se for sem cheiro não se mede.
É tão são e ao mesmo tempo absurdo;
É imóvel que se mexe.
Nas tuas ruas me perco.
Vou achar sem partir
Fixando residência ao teu lado
Como é o que se foi
E o que está por vir...







Hipocrisia
Cristiano Jerônimo




Poucas pessoas nos amam de verdade.
Outras nos usam como devem e podem,
Reciprocamente.
Trocamos muitas coisas,
Umas ruins outras boas.
Independente da química
E da física quântica,
Há tempo para mudarmos.








Antropagogia
Cristiano Jerônimo




A multidão,
Encarar de frente.
A solidão,
Firme e fortemente.
O desafio,
Coração valente.
O desvario,
Muito calmamente.
A normalidade,
Sem rimas ou comentários.








REFLEXÕES DA ALMA
Cristiano Jerônimo




Não prejulgar
Ninguém
Antes
Da vida
Transitar
Em julgado.
Temos que nascer de novo sem morrer...







Cerebral  2
Cristiano Jerônimo


Há uma autopolítica compensatória:
ora a gente quer se autodestruir
ora sente ser uma nuvem de regozijo.







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