Lúcio Mustafá, (nome artístico
Musta), é um artista multi mídia. Tabalha com artes plásticas, com música e tem
uma afeição toda especial pela poesia. Atuou na Cidade do Recife desde a
adolescência e nos anos 80, juntamente com outros artistas fundou o Grupo do
Realistas Urbanos e iniciou um tipo intensivo de atuação artística, com várias
aparições na grande mídia local, tendo atuado também em São Paulo. Nos anos 90
viveu em Roma onde estudou no Vaticano, Letras Clássicas e Cristãs. Alí
participou de vários movimentos artísticos tendo até fundado um jornal de
poesia chamado Alma Poética, que foi lançado no Auditório da Embaixada do
Brasil em Roma, na Piazza Navona. Além de na Itália, Lúcio Mustafá atuou também
no sul da França, em parceria com o artista francês Serge Hout Etienne e em
Valance e Tain Hermitage participou de várias atividades artísticas literárias.
De volta ao Brasil como bachareu em Letras Clássicas, tendo se tornado um
aficcionado das linguas latim, grego, italiano e francês, Lúcio Mustafá passou
a fazer uma atuação de pesquisa nos sub-mundos da poesia. Já amigo e admirador
de poetas ditos ou não marginais, tais quais Erikson Luna (falecido), Chico
Espinhara (falecido), França (falecido) e de tantos outros ainda vivos (Zizo,
Valmir Jordão, Paulo Jofilsan, Jorge Lopes, Malungo, Marcelo Mario de Melo,
Almir de Castro Barros, Cecília Villanova, S.R. Tuppan, incluso). Em 2011,
Lúcio Mustafá concluiu mais dois cursos universitários, com ótimas notas, desta
vez na UFPE: Licenciatura e Bacharelado em Filosofia e tudo isso na intenção de
aprofundar o significado do seu fazer artístico. As cinco poesias aqui
apresentadas pretendem ilustrar este fazer.
Fonte:
enviado pelo autor
Épika
PARANOéTICA KATaFáLIKA ANALúTIKA
Lúcio Mustafá
Pare com este jogo de PARáFRASES
Com tanta PARóDIA
Que está provocando PARaLISIA social
Pare com tanta
PARáBOLA, pois Parabolanos
Nos tempos antigos geraram com isso
a PARaLOGIA que fez o mundo escurecer.
ANaLISE de perto o AnAlfaBetismo
ANêMICO que se apossou dos ANASTáCIOS
Levando-os a uma ANAGNOSE mortal
Não adianta os ANáTEMAS de Pio IX
Para ANeSTESIAR nossa ANATOMIA
Pois ANALOGaMENTE à ANAMNESIS:
A EPiGLOTE desengasgou
o EPiTáLAMO brotou
KATáRSIS, KATaPULTAM-SE do meu ser
E eu escolho a DIALéTIKA
Nós num
bichinho
Lúcio Mustafá
Em meio à lógica formal,
Ao uso da razão, do cálculo proposicional...
Não esqueçamos do algo mais...
Isto é, do animal... que nos empresta seu corpo,
Para que nos expressemos... através dele,
Por ele
E com ele... porque...
Cada um de nós cria um bichinho...
Que atende pelo nosso próprio nome...
Que precisa, diariamente...
Passear... beber água, se banhar...
Fazer xixi, defecar...
Comer... copular...
Ele precisa também...
Cuidar de alguém,
Que também... o queira bem...
De ter carinho... ter colo... ter beijo....
Ser ninado, ter denguinho, ser amado
De todo jeito e de todo lado...
Todo dia o bichinho que criamos tem que ter
Mil atenções... mil coisas gostosas...
Tem que ser levado para conhecer
Pessoas amorosas, carinhosas,
Afáveis, tesudas, desejáveis...
No campo ou na cidade...
O nosso bichinho precisa...
Dessas coisas...
Para ter felicidade... pois
Cada um de nós cria um bichinho...
Gosto
de gente viva! E viva!
Lúcio Mustafá
Estou disposto,
Bem composto...
Decidido no rosto,
Cheio de bom gosto...
De agosto a agosto,
Saboreando o gosto,
Do fruto que a vida dá.
Estou bem contente,
De conhecer tanta gente,
Que se faz naturalmente,
Feliz, alegre, contente,
Amorosa e livremente,
Boa de corpo e de mente,
Pronta para amar.
Minha vida está ativa,
Minha vontade está viva,
E eu sempre digo viva,
Para Jací e pra Shiva,
E para a sociedade,
Chamada alternativa,
Que começa a despontar.
Vou
ali...
Lúcio Mustafá
Atravessar a soleira da coerência...
Me adentrar num mundo oblongo...
Gelatinoso, fluídico, etéreo, onírico...
Alterar meu estado de consciência...
Desligar fora, iluminar dentro...
Nadar, voar, me tele-transportar...
Vou ali, para curtir uma festa...
Onde tu talvez estarás, nua...
E eu serei talvez teu namorado...
No mundo onde tudo é possível
E nada é censurado,
Onde o tempo não passa...
Onde o espaço não passa,
De uma projeção dos nossos
Melhores desejos...
Vou ali...
Dormir...
Sonhar...
Volto já...
Até lá...
Até amanhã...
Eu,
transformado
Lúcio Mustafá
soneto
Meus sonhos são motivos de projetos
E a desilusão não me acerta
Se a Ingratidão vem e me alerta,
Espanto o mal com pensamentos retos!
Juízo concentrado e mente aberta,
Paredes de granito e fortes tetos,
Tinos de excelentes arquitetos,
Me propiciam a passagem certa.
Vivo de modo lógico e direito!
O não do mundo anima o meu peito,
O que me atinge se torna aprendizado,
Não me abato fácil nem me entrego,
Par’o malvado, todo o apoio nego,
Transformo tudo, sendo um transformado.
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