Marcos Pereira



  • Marcos Pereira é natural de Olinda-PE, funcionário público, nasceu em 1958 e veio residir em Recife nos anos 60. Militante de esquerda nos anos 70 e contemporâneo de vários poetas marginais que movimentava as noites nos anos 70 e 80 na extinta livraria Livro 7 e outros pontos boêmios da cidade. Nunca teve nada publicado, escreve apenas por incentivo dos amigos.


    Fonte: enviado pelo autor






    Mercado da Boa Vista
    Marcos Pereira




    Estou no mercado da Boa Vista,
    Por favor não insista,
    Eu não vou sair daqui.
    O pátio do mercado
    Está lotado
    Venha ficar ao meu lado
    Que estou a te esperar
    Desliga o celular
    E vem pra cá.
    Queres saber o que de bom
    Tem aqui?
    Só pra tú saber
    Vou te descrever:
    Tem cachaça, caipirinha
    Cerveja geladinha
    Bebida quente de montão
    Caldinho e cabidela
    Azeitona com mortadela
    Dobradinha e panelada
    Sarapatel e buchada
    Arrumadinho e bacalhoada.
    Pra acompanhar
    Um som regional
    Ou MPB especial
    Isto sem falar
    Da conversa jogada fora
    Entre amigos d'outrora
    Que são a maioria do lugar,
    E neste meio
    Cantores, poetas, artistas,
    Intelectuais e simplistas
    Numa convivência intimista,
    Tem até mercearia
    Granja, açougue e quitanda
    Aqui vc é quem manda
    Não adianta falar.
    E como dizes que agora vens,
    Vamos encerrar a ligação,
    Estou perto do portão
    Venha me encotrar,
    Aqui hoje no mercado da Boa vista
    É onde vamos ficar!

                               






    “Delírios”
    Marcos Pereira




    Desperto nas calçadas
    Das ruas
    D'uma cidade
    Quase nua
    De pudores verdade.
    São noites e noites
    Perdidas
    Entre butecos e 'bocas'
    Esquecidas
    Nesta viagem
    Sem fim.
    A ilusão...o delirio
    Me faz viver o exílio
    De não estar dentro de mim
    E fico nesta luta
    Constante,
    Entre o real
    E o mutante,
    Buscando cessar
    Esta agonia
    De viver a fantasia
    De não ser eu
    Querendo voltar a ser
    Meu
    Para que um dia
    Quem sabe...
    Possa também
    Ser teu.

                           





    Calar a voz
    Ficar a sós
    Sentir o eu
    Voltar a ser meu
    Antes do fim.








    Ode aos políticos
    Marcos Pereira




    Miseráveis seres
    Insensatos!
    Que se alimentam
    Das vísceras
    De um povo
    Incauto.
    Miseráveis seres
    Insaciáveis.
    Que vivem
    As custas
    Do suor
    Que escorre
    De rostos decentes.
    Miseráveis seres
    Onipotentes.
    Que lavam
    As mãos
    No sangue
    Dos INOCENTES!


    "Este poema eu fiz na década de 70, eu como militante da esquerda, tinha verdadeiro pavor aos políticos da direita, e esta era a minha opinião, que hoje não mudou muito, quando a questão é política e políticos." 
                                                                                     Marcos Pereira




                                 

                                                 *Dedico a Fred Caminha com  saudades do nosso passado.


    Ecoa ...na madrugada
    As vozes disformes...cansadas
    Os poetas da solidão
    Entre tragos
    Cigarros e euforia
    Se desnudam
    Da falsa alegria
    De ainda não terem
    Perdido a razão.
    E os versos de improviso
    Ou decorados
    São recitados lado a lado
    Transformando cada noite
    Num legado,
    Que vai virar,
    Saudade
    Naqueles que hoje são...
    Passado!





      
    Uma geração perdida...
    Uma voz esquecida,
    Um beijo de amor
    Que silencia...
    A vida.






    Louco amor 
    Marcos Pereira


           

    Amei...Como louco...
    Alguém que
    Pouco a pouco
    Esqueceu de mim
    Amei...Sem motivo
    Sem razão
    Com a visão do coração
    Sem pedir, sem sentir,
    Mas com toda emoção,
    Amei...Sozinho
    Em silêncio
    Num quase perder
    A razão
    Amei...até não poder
    Mais amar
    De tanto amor
    Que tive para dar
    E de tanto sofrer
    Amei...até o dia
    Que senti
    Que este amor
    Seria a razão
    De não mais
    Te amar!

          










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